segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

O Catador

Manoel de Barros
a
Um homem catava pregos no chão.
Sempre os encontrava deitados de comprido,
ou de lado,
ou de joelhos no chão.
Nunca de ponta.
Assim eles não furam mais – o homem pensava.
Eles não exercem mais a função de pregar.
São patrimônios inúteis da humanidade.
Ganharam o privilégio do abandono.
O homem passava o dia inteiro nessa função de catar
Pregos enferrujados.
Acho que essa tarefa lhe dava algum estado.
Estado de pessoas que se enfeitam a trapos.
Catar coisas inúteis garante a soberania do Ser.
Garante a soberania de Ser mais do que Ter.
a

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Ação Fraterna

Genílson

É o momento que pede
Para toda a cidade
Que contempla toda vida
Formando comunidade
Por isso cada ação
É parte da construção
Da nova fraternidade

Que renova o pensar
E a maneira de fazer
A política do comum
Que a vida faz crescer
Levando preto e branco
A um entendimento franco
Do caminho a pecorrer

Pra alcançar a justiça
Cultura e educação
O emprego e lazer
Moradia e proteção
Para toda a cidade
Sem ter exclusividade
De bairro ou região