a
por Alexandre Aragão
a
É hoje.
Começa (recomeça) o mistério em meio a nós: Deus se torna humano.
Por que um deus sentiu a necessidade de existir?
Não lhe bastava o Ser em sua plenitude divina?
Haveria em deus alguma lacuna?
Ou o mistério do amor é justamente ir além de si?
Nascer, chorar, mamar, sorrir, dormir.
Os primeiros movimentos são reveladores.
O Menino começou assim.
Entrega total nos braços da mãe.
Sem a mãe, o menino não seria,
Deus não teria podido humanamente vir.
O menino nasce de uma entrega total.
Em Maria, Deus recebeu da humanidade uma entrega total.
A humanidade existe pela entrega total.
Feliz Natal!
a
"Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa, não sou alegre nem sou triste, sou poeta". Cecília Meireles
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Brincadeira de (des) fazer
por Tarcísio Arquimedes
a
Pare de dizer o que eu tenho que fazer
O que eu sou já não é o bastante pra desfazer o seu querer?
Faça de conta que eu não conto com o que você implora,
Desta forma, tudo terá sua hora e ninguém vai embora!
Podemos fazer de tudo inclusive a vida de cinema mudo,
Pois sei que no final das contas tudo é nada e nada é tudo...
Nesta brincadeira de (des) fazer fazemos um ao outro procurando fazer aquilo que nos faz feliz
Não se sinta sozinha, a felicidade mora ao lado:
a um palmo do nosso nariz!
a
a
Pare de dizer o que eu tenho que fazer
O que eu sou já não é o bastante pra desfazer o seu querer?
Faça de conta que eu não conto com o que você implora,
Desta forma, tudo terá sua hora e ninguém vai embora!
Podemos fazer de tudo inclusive a vida de cinema mudo,
Pois sei que no final das contas tudo é nada e nada é tudo...
Nesta brincadeira de (des) fazer fazemos um ao outro procurando fazer aquilo que nos faz feliz
Não se sinta sozinha, a felicidade mora ao lado:
a um palmo do nosso nariz!
a
sábado, 17 de outubro de 2009
Tá Ligado
por Genílson Cardoso Soares
a
Se você ainda não tá
Vá tomando o cuidado
Pois a vida tá passando
No presente e do lado
No viver de cada dia
Na dor e na alegria
É bom ficar acordado
Pode ser lá na escola
Da cidade ou povoado
Lá na universidade
Federal e do estado,
Importante é a ação
Seja sua ou de João
Ou do vizinho do lado
Tá ligado é a onda
Que pode nos alertar
Se to ligado na vida
Para não me acomodar
Sendo parte do processo
Que nos leva ao acesso
Do que se quer transformar
Por isso não se acanhe
Se ligue aí meu irmão
Seja sujeito da história
Que está em construção
Embarque logo no trem
Que em seguida outro vem
Gerando a revolução
Se você ficar ligado
Muita coisa vai mudar
Na vida de sua casa
E também na escolar
Até a ação política
Que é quase paralítica
Voltará a caminhar
Essa casa de que falo
É ampla de atuação
Tem a ver com a saúde
Também com educação
Sem falar da economia
Que está no dia a dia
De toda população
Nessa casa onde moro
Que é o próprio planeta
Tem gente passando fome
Atrás de uma gorjeta
Vivendo fora da escola
Em busca de uma esmola
Para sair da sarjeta
Diante da situação
Fica a pergunta no ar
Se eu posso fazer algo
Ou devo só esperar
Sendo um indiferente
Sendo frio conivente
Sem nunca me indignar
a
Se você ainda não tá
Vá tomando o cuidado
Pois a vida tá passando
No presente e do lado
No viver de cada dia
Na dor e na alegria
É bom ficar acordado
Pode ser lá na escola
Da cidade ou povoado
Lá na universidade
Federal e do estado,
Importante é a ação
Seja sua ou de João
Ou do vizinho do lado
Tá ligado é a onda
Que pode nos alertar
Se to ligado na vida
Para não me acomodar
Sendo parte do processo
Que nos leva ao acesso
Do que se quer transformar
Por isso não se acanhe
Se ligue aí meu irmão
Seja sujeito da história
Que está em construção
Embarque logo no trem
Que em seguida outro vem
Gerando a revolução
Se você ficar ligado
Muita coisa vai mudar
Na vida de sua casa
E também na escolar
Até a ação política
Que é quase paralítica
Voltará a caminhar
Essa casa de que falo
É ampla de atuação
Tem a ver com a saúde
Também com educação
Sem falar da economia
Que está no dia a dia
De toda população
Nessa casa onde moro
Que é o próprio planeta
Tem gente passando fome
Atrás de uma gorjeta
Vivendo fora da escola
Em busca de uma esmola
Para sair da sarjeta
Diante da situação
Fica a pergunta no ar
Se eu posso fazer algo
Ou devo só esperar
Sendo um indiferente
Sendo frio conivente
Sem nunca me indignar
sábado, 6 de junho de 2009
ECLIPSE TOTAL
Alexandre Aragão
Vou descendo a ladeira
Sem vontade de cantar
Nessa noite sem estrelas
Sinto a vida desmanchar
Minha mãe chorando em casa
Não sabe mais como esticar
O salário de miséria
Que só serve pra enganar
Até quando tudo vai ficar assim?
O dia virou um eclipse total
Os ratos embaixo da cama
Sapatos grudados na lama
O mundo cortando como um punhal
A
Vou descendo a ladeira
Sem vontade de cantar
Nessa noite sem estrelas
Sinto a vida desmanchar
Minha mãe chorando em casa
Não sabe mais como esticar
O salário de miséria
Que só serve pra enganar
Até quando tudo vai ficar assim?
O dia virou um eclipse total
Os ratos embaixo da cama
Sapatos grudados na lama
O mundo cortando como um punhal
A
sexta-feira, 22 de maio de 2009
O MESMO AR
Alexandre Aragão
De que adianta respirar
O mesmo ar
E sufocar de saudade?
De que adianta contemplar
A mesma luz
E se ofuscar com a claridade?
De que adianta velejar
No mesmo mar
E se afogar na tempestade?
De que adianta imaginar
O mesmo sonho
E acordar com a impossibilidade?
De que adianta suspirar
A mesma paixão
E ressecar na esterilidade?
Outro Ar
Outra Luz
Outro Mar
Outra Sonho
Outra Paixão
Outra Realidade
A
De que adianta respirar
O mesmo ar
E sufocar de saudade?
De que adianta contemplar
A mesma luz
E se ofuscar com a claridade?
De que adianta velejar
No mesmo mar
E se afogar na tempestade?
De que adianta imaginar
O mesmo sonho
E acordar com a impossibilidade?
De que adianta suspirar
A mesma paixão
E ressecar na esterilidade?
Outro Ar
Outra Luz
Outro Mar
Outra Sonho
Outra Paixão
Outra Realidade
A
sábado, 16 de maio de 2009
ENTRE MIM E VOCÊ
Alexandre Aragão
O que nos une
resiste ao tempo
superou tempestades
rajadas vento
agonia descrente
o silêncio mortal
O que nos une
é amor permanente
ressuscita a torrente
de um segundo real
apaixonadamente
entre mim e você
a
O que nos une
resiste ao tempo
superou tempestades
rajadas vento
agonia descrente
o silêncio mortal
O que nos une
é amor permanente
ressuscita a torrente
de um segundo real
apaixonadamente
entre mim e você
a
sexta-feira, 1 de maio de 2009
Primeiro de maio
Chico Buarque de Holanda
Hoje a cidade está parada
e ele apressa a caminhada
pra encontrar a namorada
logo ali
e vai sorrindo, vai aflito
pra mostrar
cheio de si
que hoje ele é senhor de suas mãos
e das ferramentas
Quando a sirene não apita
ela volta mais bonita
sua pele é sua chita
seu fustão
e bem o mal
é o seu veludo
é o tafetá que Deus lhe deu
é bendito o fruto do suor
do trabalho que é só seu
Hoje eles hão de consagrar
o dia inteiro pra se amar
tanto
ele, o artesão
faz dentro dela sua oficina
e ela, a tecelã
vai fiar nas malhas
do seu ventre
o homem de amanhã
a
Hoje a cidade está parada
e ele apressa a caminhada
pra encontrar a namorada
logo ali
e vai sorrindo, vai aflito
pra mostrar
cheio de si
que hoje ele é senhor de suas mãos
e das ferramentas
Quando a sirene não apita
ela volta mais bonita
sua pele é sua chita
seu fustão
e bem o mal
é o seu veludo
é o tafetá que Deus lhe deu
é bendito o fruto do suor
do trabalho que é só seu
Hoje eles hão de consagrar
o dia inteiro pra se amar
tanto
ele, o artesão
faz dentro dela sua oficina
e ela, a tecelã
vai fiar nas malhas
do seu ventre
o homem de amanhã
a
quinta-feira, 30 de abril de 2009
Como aprendiz
Alexandre Aragão
Eu quero ser muito feliz
Quero viver como aprendiz
Como aprendiz da borboleta
Leve navegando pelo ar
Como aprendiz do girassol
Seguindo a luz a me guiar
Como aprendiz da bela águia
Mirando alto meu sonhar
Como aprendiz das formiguinhas
Unidas trabalhando o recriar
Eu quero ser muito feliz
Quero viver como aprendiz
Como aprendiz do homem Gandhi
Bem-aventurada mansidão
Como aprendiz de São Francisco
Pobre e feliz de coração
Como aprendiz de Teresinha
Fazendo cada ato por amor
Como aprendiz da mãe Chiara
Para que todos sejam um
Eu quero ser muito feliz
Quero viver como aprendiz
a
Eu quero ser muito feliz
Quero viver como aprendiz
Como aprendiz da borboleta
Leve navegando pelo ar
Como aprendiz do girassol
Seguindo a luz a me guiar
Como aprendiz da bela águia
Mirando alto meu sonhar
Como aprendiz das formiguinhas
Unidas trabalhando o recriar
Eu quero ser muito feliz
Quero viver como aprendiz
Como aprendiz do homem Gandhi
Bem-aventurada mansidão
Como aprendiz de São Francisco
Pobre e feliz de coração
Como aprendiz de Teresinha
Fazendo cada ato por amor
Como aprendiz da mãe Chiara
Para que todos sejam um
Eu quero ser muito feliz
Quero viver como aprendiz
a
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Um vulcão reativado
Alexandre Aragão
Sem pensar
nem querer
somente vislumbrar
o poder
de mover
a beleza
a candura
a doçura
em nova direção
reaquece a esperança
no sonho da vida
desperta a força
entorpecida
pelas feridas
sofridas
renova a loucura
de tentar
outra vez
a
Sem pensar
nem querer
somente vislumbrar
o poder
de mover
a beleza
a candura
a doçura
em nova direção
reaquece a esperança
no sonho da vida
desperta a força
entorpecida
pelas feridas
sofridas
renova a loucura
de tentar
outra vez
a
sábado, 25 de abril de 2009
Morrendo de frio
Alexandre Aragão
O meu coração
Anda descoberto
Morrendo de frio
Nessse inverno tão incerto
Eu já não sei mais
Como o proteger
Ainda sou capaz
De entregá-lo todo a você
a
O meu coração
Anda descoberto
Morrendo de frio
Nessse inverno tão incerto
Eu já não sei mais
Como o proteger
Ainda sou capaz
De entregá-lo todo a você
a
O primeiro beijo
Alexandre Aragão
A menina é como a luz,
não se sabe de onde vem
nem para onde vai.
Surge do nada:
mas do nada
pode surgir alguma coisa?
A menina é como um sopro,
carrega a novidade
que estremece o coração.
O primeiro beijo
rasga o véu da virgindade
e gera um novo ser.
a
A menina é como a luz,
não se sabe de onde vem
nem para onde vai.
Surge do nada:
mas do nada
pode surgir alguma coisa?
A menina é como um sopro,
carrega a novidade
que estremece o coração.
O primeiro beijo
rasga o véu da virgindade
e gera um novo ser.
a
quinta-feira, 12 de março de 2009
Teremos tudo
Reginaldo Pereira de Figueiredo
Quando todos nós entendermos
Que de nada somos donos,
Teremos tudo.
Com muito prazer presentearemos
E seremos presenteados.
Não haverá violência
Nessa vivência convivência
Humanitária, justa e fraterna.
Ninguém manda, ninguém impera.
Na água, no ar, na terra
Não faremos guerra.
Compartilharemos com a Natureza,
Ampliaremos sua beleza,
Produzindo e consumindo
Somente o que é bem-vindo.
Quando todos nós entendermos
Que de nada somos donos,
Teremos tudo.
a
Quando todos nós entendermos
Que de nada somos donos,
Teremos tudo.
Com muito prazer presentearemos
E seremos presenteados.
Não haverá violência
Nessa vivência convivência
Humanitária, justa e fraterna.
Ninguém manda, ninguém impera.
Na água, no ar, na terra
Não faremos guerra.
Compartilharemos com a Natureza,
Ampliaremos sua beleza,
Produzindo e consumindo
Somente o que é bem-vindo.
Quando todos nós entendermos
Que de nada somos donos,
Teremos tudo.
a
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
O Catador
Manoel de Barros
a
Um homem catava pregos no chão.
Sempre os encontrava deitados de comprido,
ou de lado,
ou de joelhos no chão.
Nunca de ponta.
Assim eles não furam mais – o homem pensava.
Eles não exercem mais a função de pregar.
São patrimônios inúteis da humanidade.
Ganharam o privilégio do abandono.
O homem passava o dia inteiro nessa função de catar
Pregos enferrujados.
Acho que essa tarefa lhe dava algum estado.
Estado de pessoas que se enfeitam a trapos.
Catar coisas inúteis garante a soberania do Ser.
Garante a soberania de Ser mais do que Ter.
a
sábado, 14 de fevereiro de 2009
Ação Fraterna
Genílson
É o momento que pede
Para toda a cidade
Que contempla toda vida
Formando comunidade
Por isso cada ação
É parte da construção
Da nova fraternidade
Que renova o pensar
E a maneira de fazer
A política do comum
Que a vida faz crescer
Levando preto e branco
A um entendimento franco
Do caminho a pecorrer
Pra alcançar a justiça
Cultura e educação
O emprego e lazer
Moradia e proteção
Para toda a cidade
Sem ter exclusividade
De bairro ou região
É o momento que pede
Para toda a cidade
Que contempla toda vida
Formando comunidade
Por isso cada ação
É parte da construção
Da nova fraternidade
Que renova o pensar
E a maneira de fazer
A política do comum
Que a vida faz crescer
Levando preto e branco
A um entendimento franco
Do caminho a pecorrer
Pra alcançar a justiça
Cultura e educação
O emprego e lazer
Moradia e proteção
Para toda a cidade
Sem ter exclusividade
De bairro ou região
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
AUTÓPSIA
Felipe Augusto
Venho compor de improviso
mas logo aviso!
eu não sei compor.
Sou poeta sem rima
Discurso sem palavras
Pássaro sem ninho
Cemitério sem corpo,
sou música sem canto.
Será que eu encanto?
Não! Acho que espanto.
Já estou ficando rouco
por isso vou embora
esse adeus fora de hora
me deixa meio insoço.
Não fiquem tristes amigos
se querem me encontrar
vou dizer onde me achar,
me procurem na rua
nos olhos do mendigo
no andar do paralítico
na nuvem poluída
no pensamento do homem morto.
O que sou eu então?
Sou o poeta dos loucos.
a
Felipe Augusto
Venho compor de improviso
mas logo aviso!
eu não sei compor.
Sou poeta sem rima
Discurso sem palavras
Pássaro sem ninho
Cemitério sem corpo,
sou música sem canto.
Será que eu encanto?
Não! Acho que espanto.
Já estou ficando rouco
por isso vou embora
esse adeus fora de hora
me deixa meio insoço.
Não fiquem tristes amigos
se querem me encontrar
vou dizer onde me achar,
me procurem na rua
nos olhos do mendigo
no andar do paralítico
na nuvem poluída
no pensamento do homem morto.
O que sou eu então?
Sou o poeta dos loucos.
a
Que luz é essa?
Alexandre Aragão
Que luz é essa
que atravessa o bloco escuro
do tempo presente,
revelando a força do fogo inocente,
derrubando estruturas do egoísmo entre nós?
Que luz é essa
que recompõe os cantos de nossa alegria,
instaura o cuidado como norma
do dia a dia,
recupera a esperança em uma nova utopia?
Que luz é essa?
É a luz da criança
rejeitada pelas hospedarias,
acolhida por pobres e pela natureza.
Luz da fraternidade.
Luz da eterna beleza!
a
Alexandre Aragão
Que luz é essa
que atravessa o bloco escuro
do tempo presente,
revelando a força do fogo inocente,
derrubando estruturas do egoísmo entre nós?
Que luz é essa
que recompõe os cantos de nossa alegria,
instaura o cuidado como norma
do dia a dia,
recupera a esperança em uma nova utopia?
Que luz é essa?
É a luz da criança
rejeitada pelas hospedarias,
acolhida por pobres e pela natureza.
Luz da fraternidade.
Luz da eterna beleza!
a
DOIS OLHOS LUZ
Alexandre Aragão
Pupilas transparentes
torrentes de água viva
jorrando pelos poros
Estrela do futuro
brilhando no presente
um fogo incandescente
flameja em muitos coros
Dois olhos luz, dois olhos luz
O tempo já maduro
acusa a emergência
o tempo não tem volta
é agora ou nunca mais
Estrela do futuro
aponta o caminho
não dá pra ir sozinho
com gente é que se vai
A
Alexandre Aragão
Pupilas transparentes
torrentes de água viva
jorrando pelos poros
Estrela do futuro
brilhando no presente
um fogo incandescente
flameja em muitos coros
Dois olhos luz, dois olhos luz
O tempo já maduro
acusa a emergência
o tempo não tem volta
é agora ou nunca mais
Estrela do futuro
aponta o caminho
não dá pra ir sozinho
com gente é que se vai
A
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